Em janeiro de 2012 tive meu segundo surto, e foi quando fui diagnosticada com EM. Até então nem sabia nada sobre essa doença, fui pesquisar sobre, e como todos os pacientes, fiquei um pouco assustada com os sintomas e o que poderia acontecer.

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   Tinha 24 anos, estava noiva, e minha família ficou com receio de que meu noivo me abandonasse, eles não me falaram nada, mas sei. Acho que até passou pela cabeça dele, mas acabei me casando no mesmo ano.

 

   Pensei que não iria poder ter filhos, foi a primeira pergunta que fiz ao ser diagnosticada. Sempre foi um sonho ser mãe.

 

   Depois de dois anos casada, resolvemos adiantar o desejo de sermos pais. Por vários motivos, mas o mais importante a EM, estaria mais jovem... o risco poderia ser menor... teria mais disposição para cuidar do bebê...

 

   Foi uma decisão natural, não estava forçando nada, simplesmente parei de tomar o anticoncepcional. E continuei minha vida normalmente, fazia estágio de Arquitetura na época. Depois de três meses, começaram as mudanças no meu corpo, mas eu nem imaginava. Foi então que me deu um “clique” e fui comprar o teste de farmácia. Então descobri que estava gravidíssima!!! Imaginem minha felicidade, pensava que não iria poder ter filhos! E eu estava grávida!!!! E então parei de tomar minha medicação controlada, o COPAXONE.

 

   Minha família, claro, ficou com muito medo. Pois após o parto, o risco de ter surto aumenta nos primeiros meses. Mas durante a gravidez é muito tranquilo, até benéfico para as mamães, pode ocorrer o surto, mas as chances são menores.

 

   Minha grande preocupação era ter um surto após o parto. Escolhi parto normal, para poder sentir simplesmente tudo, até as dores, pois era o único filho que eu iria ter! Por escolha minha, não que a doença interfira nisso.

   

A Luiza nasceu!!! Simplesmente linda e perfeita! E graças a Deus, não tive nenhum problema, nenhum surto!!!

  

   Em agosto desse ano ela completa três aninhos, e nesse tempo não tive problemas. O problema que tenho é o cansaço, nossa, como cansa ser mãe gente! Ser mãe já cansa, agora pensa numa mãe com EM. Tem dia que estou ótima, mas a maioria estou péssima. Até dar banho e comida é uma tarefa árdua, fora outras atividades. E uma criança não é um bibelô que você põe onde quer e faz o que quer. Eles têm vontade própria, tem sono, fome, querem brincar o tempo todo e gritam, logo eu, que não suporto barulhos, dá logo dor de cabeça!

 

   Ao longo desses três anos, tive ajuda dos familiares para cuidar dela. Mas ela é super apegada a mim, mesmo por que ela ainda mama no peito, então tudo é a mamãe. Mas eu me incomodo? Nunca!!!! Ela é minha vida!!!

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   E pra quem pensou que eu não iria dar conta... Sou uma mãe como todas, até melhor que muitas. Tenho o privilégio de cuidar e estar com ela o tempo todo, e isso não tem preço.

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   E se quero ter outro filho? Até penso na possibilidade, mas com esse probleminha chamado EM me faz pensar muitas vezes... Mais pelo cansaço extremo, de não conseguir dar a atenção que eles merecem.

Ser mãe é uma dádiva, um amor que não cabe dentro de nós. Antes de ter filho, eu imaginava, mas não sabia que era tanto. Amo ser mãe! Não trocaria isso por nada nesse mundo!